Um risco presente nas estradas brasileiras, os acidentes de automóveis causados pelo atropelamento de animais provocam, na maioria das vezes, apenas lesões e danos materiais. Mas também podem levar à morte. O chefe do núcleo de estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Stênio Pires, explica que os danos maiores acontecem, geralmente, quando envolvem motos ou se os motoristas, após bater no animal, perdem o controle do veículo causando uma sequência de outros acidentes.
De acordo com o dado mais recente da PRF, em 2011, foram registrados 4.448 acidentes envolvendo animais em estradas brasileiras. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia são os estados com maior número de casos: 627, 450 e 399, respectivamente. Na sequência, estão Pernambuco, Piauí, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná, todos com mais de 200 acidentes. Já as regiões com menos atropelamentos de animais são Roraima, Distrito Federal e Amapá.
As características de animais nas rodovias variam de região para região, mas há cuidados importantes para se evitar acidentes em qualquer estrada. Durante o dia, as recomendações são trafegar dentro dos limites de velocidade e manter a atenção no trajeto. À noite, se for possível, Pires recomenda que se evite estradas onde é comum encontrar animais. Caso não seja possível, as chances de enxergar o animal a tempo aumenta se o veículo estiver em baixa velocidade e se houver a luminosidade apropriada. Mesmo que não seja possível evitar a colisão, reduzir a velocidade torna o acidente menos grave. "Principalmente, ter atenção em curvas, não é raro encontrar animais deitados depois da curva. É mais perigoso, porque só são vistos quando estão muito próximos", afirma Pires.
Reservas e fazendas precisam de sinalização especial
Existem placas de sinalização nas rodovias em que é comum a travessia de animais. Segundo Pires, são estradas que passam por dentro de reservas ecológicas ou áreas onde há criação de gado de forma extensiva. Os acidentes com gado podem ser bastante perigosos. "Muitas vezes, os animais são jogados para dentro do veículo, causando lesões muito graves aos passageiros", afirma. No Nordeste, o atropelamento de jumentos é causa frequente de acidentes, principalmente no período de férias, em que é comum o tráfego de turistas não acostumados às estradas. Nesse caso, o animal, durante dia, foge do asfalto, pois está quente demais, mas, à noite, além de buscar a estrada para se aquecer, os jumentos deitam em bandos. Como sua pelagem é escura, é difícil visualizá-los.
No Ceará, os acidentes causados pelo atropelamento de animais está entre as cinco maiores causas de acidentes com veículos. No ano passado, foram 161, colocando o estado na 13ª posição no ranking dos acidentes com animais por estado. Para evitar acidentes, a PRF, além de orientar a redução da velocidade, solicita que seja avisada pelo telefone 191 quando um animal na estrada é visualizado. De acordo com as outras demandas da polícia, será enviado um veículo para apreender o animal ou para afastá-lo da rodovia.
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