27 de nov. de 2012

Conheça dicas de como preservar a transmissão do caminhão

Ruídos ou vibrações são sinais clássicos de que o equipamento está com problemas.

Cuidados como a troca de óleo são importantes para preservar a transmissão do caminhão

Problemas no câmbio podem resultar em uma conta que só não é maior do que a manutenção do próprio motor

Modo de conduzir o caminhão e trocar as marchas também pode danificar o câmbio

Troca de marcha deve ser suave

Barulhos e ruídos metálicos podem ser indicativo de problemas na transmissão

Responsável por transferir a força de torque do motor para as rodas do caminhão, a caixa de câmbio pode ter uma vida útil superior à do motor, desde que o caminhoneiro observe alguns cuidados e respeite as orientações da fabricante. Do contrário, ele terá de arcar com o custo elevado de reparo da transmissão - que, segundo o engenheiro e diretor executivo da SAE Brasil, Francisco Satkunas, só não é mais caro do que a manutenção do próprio motor. Os cuidados valem tanto para as transmissões manuais quanto as automáticas.

Para evitar problemas no câmbio, Satkunas diz que o primeiro item a ser verificado é a lubrificação. A menos que a montadora especifique no manual uma periodicidade diferente, o diretor da SAE Brasil (associação que congrega especialistas em tecnologia da mobilidade) comenta que a inspeção é feita em média a cada 25 mil quilômetros rodados, e a troca do óleo, a cada 50 mil quilômetros. Alguns modelos contam com vareta de medição, que facilita na hora de verificar o nível do óleo. Quando o caminhão é usado constantemente ou trafega muito tempo em baixa rotação, o motorista deve ficar atento para a necessidade de realizar a inspeção com maior frequência, já que o óleo se deteriora mais rapidamente.

Além de observar o intervalo das trocas de óleo, o caminhoneiro deve optar pelo lubrificante indicado pela montadora. Caso ele não siga essa orientação, o produto utilizado pode danificar as engrenagens, onerando o proprietário do veículo com os altos custos de manutenção. Já o técnico Ronaldo Florentino, proprietário da oficina Rei da Estrada (especializada em mecânica de caminhões pesados), de Cuiabá, explica que alguns modelos de transmissores têm filtro e até radiador para refrigerar o óleo. Nesses casos, os componentes também devem passar por inspeção e, eventualmente, serem substituídos.

O inimigo do câmbio
Os cuidados com a manutenção da transmissão não são as únicas medidas possíveis para preservá-la. Durante a condução, o caminhoneiro também pode contribuir para o melhor funcionamento desse item. "O maior inimigo da caixa de câmbio é o próprio motorista", avalia Satkuna. O excesso de peso na carroceria está na lista do que deve ser evitado. O engenheiro explica que, na hora de tracionar o veículo, a caixa é exigida em um nível além da resistência para que foi projetada, o que pode encurtar sua vida útil.

A famosa "banguela" é outra vilã. Em longos declives, o motorista pode colocar em ponto morto no intuito de poupar combustível e ganhar velocidade. No final da descida, o motor pode registrar um sobregiro quando a marcha é engatada. Satkuna adverte que a prática deve ser evitada, uma vez que esse sobregiro pode danificar a transmissão. Além disso, as trocas de marcha durante o trajeto devem ser feitas com suavidade, sem forçar a alavanca do câmbio. Evitar soltar a embreagem rápido demais - ou "no tranco", como se costuma dizer - pode prevenir a quebra de dentes da engrenagem.

Há recomendações até mesmo em caso de emergências ou de pane no caminhão. Caso o veículo precise ser guinchado, o eixo cardã - que liga a transmissão ao diferencial e é responsável por emitir o torque - deve ser desconectado. Isso porque, conforme Satkuna, a caixa de câmbio tem óleo em cerca de um terço de seu interior. No funcionamento normal, o giro das rodas traseiras ocorre ao mesmo tempo em que a engrenagem da transmissão também gira, lubrificando as partes que ficam descobertas pelo óleo. Ao ser guinchado, as rodas traseiras vão girar com o motor desligado, mas o mesmo não ocorrerá na caixa de câmbio. Se o eixo cardã estiver conectado, isso pode introduzir problemas na transmissão, como uma falha de lubrificação.

Detectando problemas
Os sinais clássicos de uma transmissão com problemas, diz Florentino, são barulhos e ruídos estranhos percebidos em algumas marchas, ou uma vibração na alavanca de troca. A dificuldade na hora em que o motorista vai efetuar o câmbio também pode ser um indicativo de que está na hora de inspecionar as engrenagens. Quando se trata de um dente quebrado, Satkuna alerta que a revisão é ainda mais urgente, já que a peça de metal pode cair em outras engrenagens e causar um estrago ainda maior. A verificação pode ser feita por meio da drenagem do óleo. Se houver resíduos metálicos, o melhor é efetuar a manutenção o quanto antes.

“Terra”

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