BR-040 pode barrar tráfego de veículos com mais de dois eixos em horários determinados.
O tráfego de caminhões na BR-040, no trecho conhecido como Serra Rio-Petrópolis, pode sofrer restrições em horários de grande movimento em finais de semana e em feriados. De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes do Rio de Janeiro (SECTRANS), a iniciativa deve começar pela rodovia e se expandir para outras estradas que atravessam o estado. No momento, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está avaliando a proposta.
A proibição da circulação na rodovia que liga a capital carioca a Petrópolis deve ser entre as 16h e as 22h, nas sextas-feiras e nas vésperas de feriados, e entre as 8h e as 14h, aos sábados. Segundo a SECTRANS, a geometria da estrada é bastante antiga e não comporta o tamanho dos caminhões atuais, que ocupam duas pistas para fazer curvas, provocando retenções do trânsito e acidentes. Como não há possibilidade de duplicar a rodovia imediatamente, conforme afirma a instituição, a opção foram as restrições, com o objetivo não só de reduzir os congestionamentos, mas também garantir estradas mais seguras.
Para Bendito Pantalhão, presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros (Antrac), os caminhões não podem ser responsabilizados por congestionamentos ou acidentes, pois o ideal seria investir em infraestrutura. "Existe uma falta de agilidade. Em vez de abrir para fluir, fecham para complicar", afirma ele. Pantalhão usa como exemplo a cidade de São Paulo, onde há congestionamento mesmo com o tráfego de caminhões restrito. "A quantidade de carros está aumentando vertiginosamente, mas não há infraestrutura suficiente", diz.
Como principal impacto ocasionado pelas restrições, o presidente da Antrac destaca o aumento do preço dos produtos transportados. Ele explica que, se o veículo for carregado e chegar à rodovia em horário proibido, precisará esperar. Como o frete é cobrado de acordo com a quantidade de carga e o tempo, haverá um custo maior. "Quem vai pagar o tempo que ele vai ficar parado? O caminhoneiro tira o seu sustento do caminhão", afirma Pantalhão. Para não ter prejuízo, o caminhoneiro repassará o custo para o embarcador, consequentemente, o valor será somado ao preço dos produtos, chegando à população. "Não precisa retirar os caminhões. Tem de melhorar a malha viária e a infraestrutura", diz.
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